sábado, outubro 14, 2006

Há noites

Há noites em que o céu tem um brilho mais forte, a luz torna-se mais harmoniosa e encanta todos os nossos passos.
Há noites em que o sono teima em não vir e impotentes esperamos que o cansaço nos vença, e nos leve a um encantado sonho.
Há noites em que somos constantemente envoltos num pesadelo, que dilacera sofridamente o nosso descansar.
Há noites que de tão mágicas, náo queremos que acabem, queremos sim, que se prolonguem por horas a fio.
Há noites em que o dia mais valia não ter nascido.
Há noites que o simples bater da chuva no vidro da nossa janela, nos faz uma companhia tão quente, tão desejada.
Há noites porém que não durmo porque simplesmente me recuso a acabar o dia ali.

quinta-feira, outubro 12, 2006

História II

"Devaneios do maluquinho" - M & M's

Meus amigos, escrevo esta pequena história, nuns calaboços escuros, sujos e húmidos.
Esta humidade já me está a fazer mal aos ossos, e agravou a minha renite.
Devido à mudança da medicação sinto-me mais liberto, daí que a fuga para o exterior foi uma questão de minutos.
Estava eu descansadinho desta vida, quando, surgido do nada, um porta-chaves brilhava no chão.
A príncipio fico desconfiado, olho em redor, e vejo apenas um Fiat 127 estacionado, penso para os meus botões, não vale a pena baixar-me para guiar um Fiat 127.
Olhei para o meu relógio, e reparei que esta minha indecisão além de me ter custado 15 minutos, fez-me perder a única camioneta que diariamente ali passava, não tive então outro remédio do que baixar-me e recolher o porta-chaves.
Depois de inspecionado, reparei que dizia "Queres dar um voltinha, liga-me beijo Kelly" e o respectivo número de telemóvel.
"Porra!" - Gritei entristecido, o telemóvel tinha ficado no hotel (Casa de Saúde do Telhal).
Voltei a mirar de relance o relógio e mais 25 minutos tinham passado, não tardaria a escurecer e eu que nunca tinha conduzido de dia, iria tentar conduzir à noite.
Eram precisamente dezoito horas e 35 minutos, quando iniciei mais uma aventura (loucura).
Avancei destemido para o Fiat 127 e enfiei a chave na fechadura, rodei para a direita e a porta magicamente abriu, entrei e comodamente sentei-me. Ajustei milimetricamente todos os dispositivos e fiz-me à estrada.
No arranque queimei uns bons cinco centimetros de pneu e o carro não saia do mesmo sitio, até que descobri que o tinha que o destravar, grande erro, assim que o destravei, não segurei o carro, e entrei pela esquadra dentro, parando na recepção.
Foi nesse momento que fui recebido com ar de poucos amigos, o polícia tinha entornado o café, a única coisa que o tornava menos carrancudo.
Sai do carro e gracejei, venho cá com o propósito de avisar que encontrei este carro e "agarradas" estavam estas chaves.
O polícia, com um ar demasiado altruista, perguntou: "Você é doido!!!!"
Como poderia eu responder, eu sei que não sou, no entanto a Dra. Alice não é da mesma opinião, pois é, nem imaginam o meu dilema, se por um lado queria dizer que sim, por outro temia o poder dessa palavra.
Enquanto tentava articular algumas palavras, fui presenteado com um enxerto de porrada, que só visto, porque contando não consigo estar à altura da "barbárie".
Nunca tinha visto tanto polícia junto, eles eram aos pontapés, vinham e iam aos pares, cada um com mais vontade que o outro, foi uma autêntica sinfonia, e se ao príncipio ainda ecoava bastantes ruidos, a meio, já o concerto tinha acabado para mim.
Perdi os sentidos, segundo me disse Comandante da esquadra, falou em queda de tensão, mas a queda que eu me lembrava tinha sido outra.
Nem foi a porrada que me chateou, o que me deprimiu mesmo, mas mesmo muito, foi ter falhado a hora da medicação, é que sem ela, não me situo neste mundo, sou um caso à parte.
Bolas é preciso ter mesmo azar, eu sem aqueles M&M's coloridos não sou ninguém!


Ai ai ai ...

Sonoro: ON Música: "Apache" - The Shadows

Cá estamos nós para mais um momento de escrita.

Regressei aos treinos de futsal, mas não me está a dar o gozo que pretendia, parece que ando por lá numa de frete. Por incrivel que pareça, prefiro ficar a trabalhar até mais tarde do que ir treinar.
Já me tinha acontecido o mesmo a meio da época passada, mas foi tudo devido a injustiças que assistia. Este ano, ainda agora começou e já estamos prestes a entrar no mesmo.
Já levo alguns aninhos desta vida e talvez seja por isso, que oscile entre gostar e odiar ir treinar, mas melhores dias virão, assim o espero.

quarta-feira, outubro 11, 2006

História I

De vez em quando e aproveitanto o fraco movimento neste blog, vou premiar os visitantes com alguns devaneios do maluquinho, histórias inventadas por mim, sem o intuito de magoar ou ferir susceptibilidades, e para começar cá vai a primeira, fresquinha fresquinha...

"Devaneios do maluquinho" - O ínicio

"Fui internado no Telhal, para quem não sabe, o slogan daqui é: "Casa de Saúde do Telhal onde ninguém tem saúde mental"

Nem sei como consegui andar tantos anos discretamente misturado com os ditos sãos.
Ainda ando a magicar como é que me descobriram, não ando na rua apenas com uma gabardine, não me comporto como um animal, embora muitas vezes, quando acompanhado em situações de convívio com certos individuos (ai as miudas), tenha vontade de comportamentos animalescos, claramente criticados pela igreja Matriz.
Então o que falhou, pois bem, foi esse mesmo o assunto da primeira reunião de grupo, éramos poucos, para ai uns simples 57, espalhados cientificamente pelo Armazém.
A Dra. Matilde (nome pelo qual a Dra. Alice pretendeu ser chamada, também deve ser pouco maluca deve, mas não nos desviemos do assunto) começou por introduzir alguns dados, que achou pertinentes, como nome, idade, motivo pelo qual estávamos ali. Com a sorte que tive, calhou-me logo ser o primeiro a discursar.
Como não sou maluco, optei por um discurso ponderado, e iniciei as hostes com Bom dia, quando a noite já tinha caido há muito, não satisfeito, disse que me chamava Adolf Bomàparte (estou altamente enraizado na cultura alemã e Francesa) e que tinha perdido as contas à minha idade quando chegara às 100 primaveras, e o motivo, tinha que responder ao motivo, pois bem, sem pestanejar respondi, alguém e eu não sou de acusar a Dra. Alice, achou que eu não tinha mais nada que fazer do que vir a esta reunião.
Suspirei de alívio, sem me lembrar das represálias que viriam a seguir...
Os outros 56 individuos sãos aplaudiram de pé o meu discurso, constatei naquele instante que uma carreira política poderia ter despontado, já só faltariam 4944 assinaturas para sentir o poder de comandar um País na conquista do mundo.
Quando recuperei os sentidos estava amarrado a uma marquesa, ressacado e estranhamente sem forças...
Cheiro a alcool que até tresando, tão depressa não bebo mais..."

A escrita ...

Sonoro: ON Música: "Foi Feitiço" André Sardet

A escrita, melodia essa que ultimanente não quer nada comigo...
Estarei a passar um momento de fraca inspiração, ou estarei apenas cansado de escrever... (bem eu sei que ultimamente ando maravilhado com a minha nova guitarra)
Relembro breves trechos mentais, como que se de uma organização meticulosa e cronológica se tratasse, é como se consultasse um arquivo, será possivel que me encontre na letra Z, e não tenha encontrado algo para escrever.
Já escrevi sobre isto e sobre aquilo, tento puxar um assunto, o cérebro, esse orgão que se distingue pela sua grandiosidade, não parece querer cooperar...
Será uma fase passageira, ou terei chegado ao fim como quem vasculha o seu baú, encontrando-se mesmo no fundo sem mais nada a encontrar.
Não, recuso-me a bater em retirada, ainda há muito para contar, para escrever, para sonhar.
Tento relembrar-me dos últimos acontecimentos, algo marcante, para poder partilhar, mas nada me ocorre, possas, tenho mesmo uma vidinha, vai lá vai...

Após divagar por aqui e por ali ao som desta excelente música do André Sardet, que roda sem se cansar, acabo por reparar que já enchi este post de tralha.
Sendo assim, não me resta mais nada do que dar por finalizada esta sessão de escrita, para a próxima há mais e espero que seja bem mais proveitosa para vocês que lêem, porque para mim, é sempre uma escrita saborosa, se calhar sou mesmo muito pouco crítico...

segunda-feira, outubro 02, 2006

Preguiçoso

Música: ON Álbum: "REGGAE - O melhor disco de sempre"

Porque será que nem sempre temos vontade de escrever.
A escrita que serve de fio condutor, deveria estar sempre a fervilhar nas nossas mentes, massacrando o cérebro para que ele vença a preguiça, essa maldita, que muitas vezes toma conta da ocorrência, tal agente de autoridade.
Como podem constatar não tenho escrevinhado nada, a desculpa de falta tempo, que tenho o dia demasiado ocupado, não deveria pegar, nem sequer deveria servir de desculpa.
Este fim-de-semana, tive a trabalhar numa feira de tuning em Odivelas.
Manifestamente não é mesmo nada para mim, não sou fã de carros nem ligo nada a isso. Foi o que eu chamo de fim-de-semana diferente.
A malta do tuning é porreira, mas é lógico que estamos confinados todos no mesmo espaço, não acredito que ali se crie inamizades. O espirito de competição sente-se no ar, todos mostram o "seu bólide", a última invenção, ele é Neons, malas com colunas, sub-woofers que em muitos casos, valem mais que o carro em si.
Até a malta mais velha, senhores e senhoras de meia-idade, aparecem com o seu carrinho (actualmente carrão, dadas as transformações).
Concluindo, o tuning não é de facto crime, isto se forem cumpridores do código de estrada, mas agora os meninos do street racing, esses já não se podem valer desse slogan...